Rede social vem sendo pressionada pelas discográficas para combater uso de conteúdos piratas
De São Paulo
O Facebook anunciou o início dos testes de uma ferramenta que diz ter desenvolvido para impedir a publicação de vídeos que violem direitos autorais musicais. Similar ao Content ID do YouTube, uma base de dados em fase beta que contrasta, por meio de algoritmos, as canções dos vídeos publicados e descobre se há autorização para o uso, o mecanismo criado pela maior rede social da Terra ajudaria a identificar os infratores e tiraria do ar sem burocracia os conteúdos ilegais.
Cada vez mais usados, inclusive com fins comerciais – como nos perfis de boates, sites de rádios ou portais de notícias, por exemplo –, os vídeos com fundo musical no Facebook viraram alvo da indústria fonográfica internacional, informa o diário britânico “Financial Times”. As discográficas querem que o portal de Mark Zuckerberg pague licenças pelas músicas que os usuários sobem por meio dos vídeos, algo a que o gigante da web vem se recusando. Para debelar o problema, os engenheiros do FB decidiram voltar suas armas contra o uso de vídeos que violem os direitos autorais.
Ainda de acordo com o “FT”, uma vez que o sistema do Facebook para identificar o conteúdo pirata esteja totalmente operativo, a rede social poderá se sentar com as discográficas para chegar a uma acordo sobre futuros licenciamentos, o que pode se traduzir em eventuais ganhos para os detentores dos direitos.
Como o YouTube, o Facebook é repetidamente acusado de violar direitos autorais ao “lavar as mãos” para o problema do uso de materiais sem autorização ou pagamento. Alegando se tratar de portais colaborativos, ambos os gigantes dizem não tem responsabilidade sobre os materiais piratas. Não por acaso, recentemente os dois sites se uniram mês passado a outros como Spotify, Microsoft, Netflix e Yahoo para pressionar o governo americano a se posicionar contra uma nova lei europeia que aumenta as responsabilidades das plataformas sobre a publicação de conteúdos ilegais.
O YouTube, do grupo Google, é frequentemente descrito como um dos maiores violadores em massa de direitos autorais do planeta. Em 2016, o portal de vídeos pagou US$ 1 bilhão à indústria da música, mas estudos estimam em pelo menos seis vezes a conta real que deveria ser repassada aos detentores dos direitos.