Cantora aposta em baixo orçamento e alta criatividade na produção de seus videoclipes
Por Fabiane Pereira, do Rio/ Fotografia de Daryan Dornelles
A internet já foi a sentença de morte dos videoclipes, antes aparentemente indissociáveis da sua mãe televisão. Depois, com a explosão de sites de compartilhamento audiovisual, passou a tábua de salvação. Agora é o berço de um bem-vindo renascimento do gênero. E a cantora gaúcha Duda Brack está na vanguarda desta nova fase. Ela tem postado em seu canal no Vevo uma atraente experiência com baixo orçamento e alta criatividade, uma série de clipes gravada ao vivo na Bhering, fábrica de doces abandonada na Zona Portuária do Rio de Janeiro e transformada há alguns anos em lar de ateliês de artistas plásticos, estúdios de designers e toca de videomakers e criativos em geral.
Os até agora cinco vídeos de “Ao Vivo na Bhering” são versões visuais das canções do primeiro álbum de Duda, “É”, lançado ano passado depois do bem-sucedido teste de Duda por palcos alternativos país afora.
A inspiração pra este material era simples, como ela descreve: “fugir da convencional session em estúdio.” Para isso, Duda propôs um diálogo entre som e imagem, por meio da ocupação de um espaço que dialoga com o trabalho dela. Nos vídeos, o conceito sujo e ruidoso da obra de Duda ganha vida na antiga fábrica, construída na década de 1930 e que ainda guarda parte da maquinária original, explorada nas cenas. As apresentações dela e de sua banda são viscerais.
Golaço desta moça de 22 anos que ainda tem um longo caminho a trilhar mas que, com o disco e os clipes, mostra estar bem equipada para a viagem. Confira abaixo alguns dos vídeos.
Cadafalso
Dez dias
A casa não cairá
Eu sou o ar
Lata de tinta