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Música para videogames: uma nova fase
Publicado em 08/05/2019

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Setor de jogos eletrônicos gera mais de US$ 1,32 bilhão ao ano só no Brasil; veja uma lista de cinco produtoras nacionais com contatos para tentar emplacar uma canção nas trilhas sonoras de suas criações

Por Ricardo Silva, de São Paulo

Fato 1: o universo global dos videogames já é maior do que toda a indústria cinematográfica. Com faturamento de US$ 78,6 bilhões, segundo levantamento do portal especializado WePC — contra US$ 38 bilhões de Hollywood, US$ 9,75 bilhões do cinema chinês e US$ 1,9 bilhões de Bollywood (Índia) —, os jogos eletrônicos são a grande área de expansão do audiovisual. E aí entra o Fato 2: criadores de música original ainda miram muito os filmes, séries e, no caso do Brasil e de nações latinas, novelas. Esquecendo-se do mercado suculento dos games, que, só no nosso país, alcançou ano passado US$ 1,324 bilhão, de acordo com a consultoria internacional NewZoo.

Tanta potência econômica e criativa demanda cada vez mais cérebros pensando e elaborando conteúdos musicais que atendam a uma espantosa massa de 2,5 bilhões de jogadores em todo o mundo. 

“Eu já venho recebendo uma série de pedidos para criar música para jogos. E não só jogos de entretenimento, mas experimentos de realidade aumentada voltados para tratamentos médicos e outras expressões digitais. O limite é o que impõe o engenho humano”, diz  Heitor TP, brasileiro radicado há anos em Los Angeles (EUA), onde cria trilhas sonoras para filmes de escala global, como “Minions”, "Meu Malvado Favorito", "O Cavaleiro das Trevas", “Melhor, Impossível”, “Angry Birds”, “Madagascar” e “O Amor Não Tira Férias”, entre muitos outros.

Fernando Moura, outro brasileiro que brilha no mundo das trilhas sonoras, com mais de três mil comerciais no currículo e trabalhos para programas de canais como Globo, Record, GNT, TV Brasil e Futura, vê os games como uma gigantesca fronteira a explorar. “A música original cresce em todas as áreas, os games são a bola da vez”, descreve o profissional, que recomenda um olhar mais atento dos compositores e um estudo prévio do mercado antes de se lançar à aventura de produzir. 

Foi o que fizeram, de certa forma, os integrantes do BaianaSystem que, em 2016, emplacaram uma canção sua — “Playsom” — na trilha do megavideogame “FIFA 16”, da EA Sports. “Somos jogadores de videogames, para a gente foi fácil entender a importância desse setor”, conta Russo Passapusso, que viu, surpreso, uma projeção inimaginável da banda mundo afora, com aumento de visualizações de clipes e músicas no YouTube a partir de países antes impensáveis, graças à divulgação que a sincronização da música no jogo acarretou. 

Em entrevista ao nosso site em 2016, Alex Hackford, diretor de A&R da Sony Computer Entertainment America, responsável pela prospecção de músicas para os jogos do PlayStation, contou que especialistas como ele costumam buscar diretamente em editoras e selos de diversos países as noviddes musicais que se encaixem como trilha sonora para os projetos de jogos. Mas afirmou estar atento também a coisas interessantes na internet. Por isso, recomenda aos criadores de trilhas manter canais atraentes no YouTube, por exemplo, a fim de dar visibilidade às suas obras. 

Outro método é procurar as produtoras diretamente, enviando seu portfólio musical. No Brasil há várias atuantes, com bons casos de games de sucesso e que demandam música original. Elencamos cinco delas e fornecemos contatos para você tentar enviar seu material. 

  • QUByte Interactive – Desenvolvedora de jogos para PlayStation, Xbox e Nintento, além de computadores e celulares, essa equipe sediada em São Paulo tem trabalhos como o “HTR+”, simulador de corrida de Fórmula-1, entre diversos outros. E-mail:contact@qubyteinteractive.com. Site: http://www.qubyteinteractive.com/.
  • Behold Studios – Criadores de jogos como “Chroma Squad” e “Knights of Pen & Paper”, para dispositivos móveis e PlayStation, Steam, Xbox e Switch, são outros abertos aos compositores de trilhas. A sede da empresa fica em Brasília. E-mail: contato@beholdstudios.com.br. Site: www.beholdstudios.com.br.
  • FisioGames – Responsável por criações na área médica — como a que o Heitor TP menciona aí acima —, essa empresa de Florianópolis cria coisas para plataformas como Wii e Kinect. E-mail: contato@fisiogames.com.br. Site: www.fisiogames.com.br.
  • Webcore – Com sede em São Paulo, eles desenvolveram, para computador e celulares, jogos como “Menino Maluquinho”, “Starlet Adventures” e “My Night Job”, além de terem feito trabalhos para a Rede Globo e desenvolvido um aplicativo que transforma fotos em jogos com visual oitentista do Atari. E-mail: webcore@webcore.com.br. Site: www.webcoregames.com.br.
  • O2 Games – Especialistas em desenvolver jogos multijogadores para internet, eles são de Belo Horizonte. Seus jogos mais conhecidos são “GameGol” e “Golaço”, ambos, claro, sobre o mundo do futebol. E-mail:daniel@02games.com.br. Facebook: www.facebook.com/O2GamesOficial.

 

 



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