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Artistas nacionais e internacionais se unem contra o uso de IA na música
Publicado em 03/04/2024

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Em carta aberta, centenas de artistas, incluindo Nicki Minaj, Sam Smith, Billie Eilish e Stevie Wonder, apelam por proteção contra o abuso de IA no setor musical 

Por Akemy Morimoto, do Rio 

Mais de 200 artistas, dentre eles os renomados nomes da música Smokey Robinson, Nicki Minaj, Sam Smith, Billie Eilish e Stevie Wonder, além de talentosos representantes brasileiros como Carol Biazin e Mumuzinho, uniram suas vozes à organização sem fins lucrativos Artist Rights Alliance (ARA) em um apelo conjunto contra o uso irresponsável de inteligência artificial (IA) na indústria musical.

A carta aberta, elaborada em resposta à crescente ameaça representada pela IA na música, destaca preocupações sobre o uso não autorizado de obras musicais por desenvolvedores de IA e a possível substituição dos artistas humanos por imitadores gerados por IA. Além disso, a carta alerta para o uso da inteligência artificial como meio de diluir os royalties pagos aos dententores de direitos, o que poderia ter consequências devastadoras para a indústria musical. 

"Temos que proteger nossa arte contra o uso predatório da IA, que poderia roubar nossas vozes e imagens, violar nossos direitos como criadores e prejudicar o ecossistema musical", afirmou a carta da Artist Rights Alliance. 

Jen Jacobsen, diretora executiva da ARA, ressaltou a urgência da situação, especialmente para os músicos que já enfrentam desafios significativos no mercado do streaming: "O uso antiético da IA para substituir artistas humanos desvalorizará todo o ecossistema musical, afetando tanto os artistas quanto os fãs."

O chamado da classe musical vai além, solicitando explicitamente às plataformas de música digital que assumam o compromisso de não desenvolver ou implementar tecnologias de IA que comprometam a integridade da arte humana ou diminuam a justa remuneração dos criadores. 

Além dos artistas mencionados, a carta conta com a assinatura de figuras proeminentes como Katy Perry, J Balvin e os herdeiros do cantor Frank Sinatra. 

No início deste mês, o estado do Tennessee tornou-se pioneiro nos Estados Unidos ao promulgar a chamada Lei Elvis. Esta legislação histórica é dedicada a proteger os direitos dos artistas, impedindo o uso não autorizado de suas vozes e imagens por ferramentas de inteligência artificial. É um marco significativo na defesa da integridade artística e na salvaguarda dos interesses dos criadores. Paralelamente, legislações semelhantes estão sendo debatidas no Congresso dos EUA e em diversos estados do país.

Confira a carta da Artist Rights Alliance na íntegra: 

Nós, os membros abaixo assinados das comunidades de artistas e compositores, apelamos aos desenvolvedores de IA, empresas de tecnologia, plataformas e serviços de música digital para que cessem o uso da inteligência artificial (IA) para infringir e desvalorizar os direitos dos artistas humanos. 

Não se engane: acreditamos que, quando utilizada de forma responsável, a IA tem um enorme potencial para promover a criatividade humana e de uma forma que permite o desenvolvimento e o crescimento de experiências novas e emocionantes para os fãs de música em todo o mundo. 

Infelizmente, algumas plataformas e desenvolvedores estão empregando IA para sabotar a criatividade e prejudicar artistas, compositores, músicos e detentores de direitos. 

Quando utilizada de forma irresponsável, a IA representa enormes ameaças à nossa capacidade de proteger a nossa privacidade, as nossas identidades, a nossa música e os nossos meios de subsistência. Algumas das maiores e mais poderosas empresas estão, sem permissão, usando nosso trabalho para treinar modelos de IA. 

Estes esforços visam directamente substituir o trabalho de artistas humanos por enormes quantidades de “sons” e “imagens” criados pela IA que diluem substancialmente os conjuntos de royalties que são pagos aos artistas. Para muitos músicos, artistas e compositores que estão apenas tentando sobreviver, isso seria catastrófico. 

Se não for controlada, a IA desencadeará uma corrida ao fundo do poço que degradará o valor do nosso trabalho e nos impedirá de sermos compensados de forma justa por ele. 

Este ataque à criatividade humana deve ser interrompido. Devemos proteger-nos contra o uso predatório da IA para roubar vozes e imagens de artistas profissionais, violar os direitos dos criadores e destruir o ecossistema musical. 

Apelamos a todos os desenvolvedores de IA, empresas de tecnologia, plataformas e serviços de música digital para que se comprometam a não desenvolver ou implantar tecnologia, conteúdo ou ferramentas de geração de música de IA que prejudiquem ou substituam a arte humana de compositores e artistas ou nos neguem uma compensação justa por nosso trabalho. 

 

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