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O mistério das músicas desaparecidas do Spotify
Publicado em 30/01/2024

Faixas e álbuns de Djavan, Roberto Carlos e Gal Costa, entre outros artistas, sumiram da plataforma no fim de semana

Por Luciano Matos, de Salvador

Djavan, um dos artistas que mais tiveram músicas eliminadas do Spotify. Foto: Gabriela Schmidt

Quem procurou no Spotify neste último fim de semana por algumas músicas e álbuns de artistas como Djavan, Roberto Carlos, Gal Costa, Maria Bethânia, Ana Carolina e John Lennon tomou um susto. Várias obras simplesmente haviam desaparecido. Faixas isoladas ou álbuns completos destes e de outros artistas foram retirados da plataforma sem nenhum aviso ou explicação.

Ainda não se sabe o motivo. Procurado repetidamente, o Spotify não se pronunciou. Gravadoras e editoras tampouco entendem a razão do estranho fenômeno. Mas a notícia, que correu pelas redes sociais na segunda-feira, levou muitos fãs a protestarem. Aparentemente, as faixas afetadas são da Sony Publishing, CBS e BMG. Procurada, a assessoria da Sony disse desconhecer o motivo da exclusão das músicas, atribuindo o problema ao Spotify. 

O perfil do cantor e compositor Djavan chegou a soltar uma nota no X (ex-Twitter). No texto, sua produção conta ter tomado conhecimento já no fim de semana de que algumas músicas do artista haviam ficado indisponíveis no Spotify: 

“Não sabemos ainda o motivo do ocorrido, mas tanto a Luanda Records, gravadora do artista, como gravadoras e parceiros que distribuem suas obras estão apurando com a plataforma de streaming o que pode ter acontecido.”

Aparentemente, o artista foi um dos mais afetados, com sucessos como "Oceano", "Sina" e "Asa" ausentes da plataforma de streaming. Alguns álbuns, como "Djavan", de 1978 e 1989, "Meu Lado", de 1986, e "Rua Dos Amores", de 2012, apareceram com várias faixas indisponíveis. "Puzzle Of Hearts", de 1990, até o começo da noite de segunda (29) continuava praticamente deletado, com apenas três das 10 músicas podendo ser ouvidas.

O disco "Temporada de Verão", de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, teve três músicas indisponibilizadas. As três de Gil: "Terremoto", "O Relógio Quebrou" e "Cantiga do Sapo".

Roberto Carlos é outro que, na noite de segunda, tinha várias faixas de seus álbuns indisponíveis para o público, mais precisamente alguns discos lançados nos anos 1980 e 1990. Até o fechamento desta reportagem, os álbuns ‘Roberto Carlos’ de 1985, 1988, 1989, 1990 e 1991 permaneciam incompletos na plataforma.

Outros artistas enfrentaram o mesmo problema, como Gal Costa, Maria Bethânia, Ana Carolina e Preta Gil, mas aparentemente o problema foi resolvido. Entre artistas internacionais, a ausência foi percebida em músicas da Plastic Ono, banda de John Lennon e Yoko Ono.

Os álbuns e faixas suprimidas do Spotify não ficaram em nenhum momento ausentes de outros streamings de música, como Amazon Music e Deezer, mas algumas pessoas sinalizaram não encontrar certas faixas no Tidal. 

Ao longo da segunda e da terça-feira, fontes com conhecimento do assunto afirmaram que o problema poderia estar ligado a trâmites burocráticos relacionados com os contratos entre o Spotify e as editoras. No início da tarde de terça, a Ubem - União Brasileira de Compositores de Música, divulgou uma nota dizendo não ter responsabilidade na exclusão das faixas:

"A Ubem na~o dete´m ferramentas pro´prias para excluir as obras musicais da plataforma do Spotify, restringindo-se a informar a relac¸a~o de obras com restric¸a~o de comercializac¸a~o pelo respectivo servic¸o, o que e´ realizado com regularidade usual e de acordo com o conve^nio firmado pelas partes."

A entidade afirmou ainda que já tomou medidas administrativas para restabelecer a disponibilidade das obras musicais pela plataforma, trabalho que já vem sendo feito. Confira a nota da Ubem na íntegra:

"A Ubem - União Brasileira de Editoras de Música, entidade formada pelos mais importantes editores de mu´sica do pai´s, responsa´veis pela titularidade de um vasti´ssimo reperto´rio de obras musicais nacionais e estrangeiras, vem informar, em especial aos compositores e a todo o mercado musical, que na~o possui qualquer relac¸a~o ou responsabilidade pela exclusa~o realizada pelo Spotify em relac¸a~o ao reperto´rio de diversos autores. A Ubem na~o dete´m ferramentas pro´prias para excluir as obras musicais da plataforma do Spotify, restringindo-se a informar a relac¸a~o de obras com restric¸a~o de comercializac¸a~o pelo respectivo servic¸o, o que e´ realizado com regularidade usual e de acordo com o conve^nio firmado pelas partes. Ta~o logo a Ubem tomou conhecimento pelo evento, foram adotadas as medidas administrativas necessa´rias para o restabelecimento da disponibilizac¸a~o das obras musicais pela plataforma, e, segundo, informac¸o~es do Spotify a situac¸a~o foi regularizada. A Ubem continuara´ atenta ao efetivo cumprimento do conve^nio com o Spotify, a fim de assegurar a legi´tima disponibilizac¸a~o das obras musicais e/ou li´tero-musicais e seus respectivos direitos autorais."

Na tarde desta terça, o Spotify finalmente respondeu aos diversos pedidos de informação da UBC, afirmando que não emitirá uma nota oficial e que "as músicas já voltaram à plataforma".

 

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