Saiba como foi feita a adaptação do design para o novo formato, que já está no ar
Do Rio
A pouco mais de um mês do aniversário de 80 anos da União Brasileira de Compositores, a Revista UBC dá um passo firme para o futuro e estreia uma nova edição 100% digital. Com uma reportagem de capa sobre o metaverso e as possibilidades que essa tecnologia imersiva e disruptiva trará para a música, a publicação trimestral da principal sociedade de gestão coletiva de direitos autorais do Brasil incorpora vídeos, sons, áudios e movimento às suas páginas, oferecendo uma experiência completa aos leitores que a acessarem de qualquer parte do mundo. A nova Revista já está no ar.
Além do trabalho de adaptação dos conteúdos de texto, imagem e som para a versão digital encomendado pelo diretor-executivo da UBC, Marcelo Castello Branco, e executado pela equipe da gerente de Comunicação, Mila Ventura, pelo editor da Revista, Alessandro Soler, e por uma rede de jornalistas colaboradores em todo o Brasil e no exterior, entrou em cena o redesenho completo da publicação, feito pela agência Crama Design Estratégico, do Rio. Ricardo Leite, sócio-fundador e diretor-executivo da Crama, conta que o desenho-base da nova revista digital, o projeto gráfico da versão impressa criado há cinco anos, já fazia antever a evolução que agora se apresenta:
"Já havia nas páginas muitos hyperlinks, conteúdos expandidos em boxes e remissões ao site e a conteúdos online em geral, numa lógica de navegação fragmentada. A leitura assim é uma tendência mundial e sem volta. Como sempre respeitamos os leitores tradicionais da Revista, que é uma publicação muito benquista e ainda colecionada, realizamos uma transição lenta para o digital. A pandemia, quando a distribuição física ficou impedida, só acelerou um processo que já estava sendo gestado. O resultado está aí."
O projeto gráfico-base foi uma criação da designer Cynthia Homsi, que liderou, junto ao também designer e programador Paulo Victor Martins, a adaptação para o digital. O grande desafio foi incorporar esses conteúdos expandidos e remissivos de que fala Ricardo a uma lógica de navegação fácil e intuitiva.
"Nossa ideia foi sempre manter a essência do projeto gráfico da revista impressa e utilizar elementos gráficos já existentes, agora com funcionalidades web. Por exemplo, o player de navegação da revista impressa virou um menu interativo no rodapé da versão digital. É possível rapidamente navegar pela edição completa e visualizar todas as matérias sem ter que 'passar' página a página", conta Cynthia.
"A versão digital da Revista UBC abre portas para conteúdos interativos como vídeos, música, galerias de imagens, botões com conteúdos extras, além da responsividade para as diversas telas: desktop, mobile e tablet.", ela enumera.
O próprio formato diferente foi um desafio para o tema da responsividade que Cynthia menciona. Uma revista impressa é, na maioria das vezes, um produto de desenho vertical. A digital, quando vista pelo desktop, é horizontal; mas vira vertical de novo quando a visualização é pelo celular. Então, a seleção das imagens e o desenho precisam obedecer a uma lógica dupla, que faça sentido nos dois formatos ao mesmo tempo.
Um exemplo disso é a capa deste primeiro número 100% digital, que inclusive já vem com movimento, numa declaração de intenções sobre a estética que a nova Revista quer ter. Vista no computador, ela tem elementos diferentes daqueles que aparecem no celular. Mas ambos os cortes dados pelos designers transmitem a mesma mensagem, evocando a imersão que o assunto da capa — o metaverso — pede.
Ao longo da edição, outras matérias e páginas têm pequenos trechos de vídeos que rodam automaticamente. A equipe da Crama precisou equacionar esse tema para, mesmo com tantos materiais mais pesados, facilitar a navegação.
"Foi desafiador incorporar tantos conteúdos interativos de uma só vez sem deixar a revista pesada e travando. É preciso ter sempre em mente que cada usuário tem um dispositivo diferente, uma velocidade de conexão à internet diferente... A gente tem um modelo, que vem sendo aplicado em web há muito tempo, que é o SPA, single page application, ou aplicação de página única. Em vez de ir carregando página a página conforme o usuário vai 'virando' as páginas virtuais da revista, está tudo reunido num só lugar. Isso torna a navegação mais rápida e fluida", explica Paulo Victor, o PV, que na nova revista tem a função de desenvolvedor e designer da interface digital.
Para ele, a busca da interatividade será sempre o grande Norte das próximas edições:
"Quando pensamos em digital, pensamos em interatividade. Os players estão integrados a toda a edição, tanto de áudio quanto de vídeo. Há muita remissão ao site e a redes sociais ou plataformas de streaming. Para as próximas, temos o desafio de integrar ainda mais a música. Já temos os links que vão para o streaming, mas queremos que a revista 'toque' também, de uma forma prática mas também conveniente para o usuário, que ele só ouça quando puder e quiser ouvir."
A nova edição digital é mesmo como o futuro: um trabalho em construção. E haverá ainda muitas novidades e surpresas para os leitores, número a número. Enquanto isso, convidamos a todos a lerem esta edição #51 digital que, além do metaverso, traz reportagens sobre os 40 anos do BRock, o movimento que mudou tudo no pop-rock nacional; um papo com Chaps Melo, do fenômeno infantil Mundo Bita; uma minientrevista com a banda de pagode do momento, a brasiliense Menos é Mais; um levantamento sobre quanto é preciso em execução pública para ganhar R$ 1 mil; e muito mais.
LEIA, VEJA E OUÇA MAIS: A Revista UBC #51, 100% digital