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Total de mulheres filiadas dobrou em 5 anos, mostra relatório Por Elas Que Fazem a Música

Do Rio 

Num ano ainda muito impactado pela pandemia, a participação feminina no quadro de associados da UBC cresceu de 15% para 16%, e a participação percentual da faixa etária de 18 a 30 anos ultrapassou pela primeira vez a das mulheres de 31 a 40, o que sinaliza uma clara renovação. Estes são alguns dos dados revelados pela quinta edição do relatório anual Por Elas Que Fazem a Música, criado para medir a força feminina na música e propor soluções para diminuir a ainda enorme brecha de gênero. 

A visibilidade trazida pelas pesquisas anuais e as campanhas da UBC para estimular o ingresso de mulheres parecem estar dando resultados: desde 2018, quando foi elaborado o primeiro relatório, mais que dobrou o total de associadas. O crescimento do percentual feminino em relação ao total de associados, apesar de pequeno, é consistente. No relatório de 2019, por exemplo, elas eram 14% do total. A expansão lenta ressalta a dificuldade de atrair a força criadora musical feminina e reflete o abismo entre homens e mulheres existente em praticamente todos os setores dessa indústria. Um abismo que se aprofunda ainda mais dependendo da região brasileira analisada. 

O Sudeste, por exemplo, que tem pouco mais de 42% da população brasileira, segundo dados do IBGE de 2018, responde por 63% das associadas da UBC. Já o Norte, com 8% da população, mal chega a 2% das associadas. O mesmo descompasso se verifica no Nordeste, região de origem de 15% das associadas, um percentual que corresponde só à metade da proporção de brasileiros que vivem ali: 30%.

A participação das mulheres entre os principais arrecadadores também não tem avançado como deveria. Elas são 16% dos associados, mas ficam só com 9% do volume de direitos autorais arrecadado, mesmo percentual dos dois relatórios anteriores. E, dos 100 maiores arrecadadores brasileiros no exterior, só 13 são mulheres, número que, com pequenas variações, tem se mantido mais ou menos estável em todas as edições da pesquisa.

"Entendemos a importância de gerar dados, pesquisas e estudos para o nosso mercado como ferramenta de inteligência. Apesar de todos os desafios, as mulheres persistem e, pouco a pouco, vêm ocupando seus espaços. Além de fomentarmos o debate sobre os espaços ocupados pela mulher no cenário musical, este ano apresentamos também dados internos, provando que nosso compromisso com a mudança começa de dentro para fora. O quadro de funcionários da UBC é composto 58% por mulheres, e, dessas, 12 ocupam cargos de liderança, incluindo a gerência de todas as nossas filiais", diz Mila Ventura, gerente de Comunicação da UBC e coordenadora do relatório.

Entre os segmentos de arrecadação em que as mulheres têm maior participação, se destacam Outros (que engloba Direitos Gerais, Casas de Festas, Carnaval e Sonorização Ambiental, por exemplo), com 15% de associadas contra 85% de homens; e Rádio, no qual elas são 14%. De um ano para cá, a fatia feminina piorou em praticamente todos os segmentos. No relatório de 2021, com dados de 2020, elas chegaram a representar 32% de Outros e 20% de Rádio.

Quando analisamos o percentual distribuído a homens e mulheres nos principais segmentos, porém, o cenário é positivo. Elas passaram, por exemplo, de 14% para 25% do total distribuído em Rádio; de 6% para 20% em TV Aberta; e de 13% para 27% em Outros. Os números sugerem uma maior participação efetiva de associadas entre os criadores de música que têm suas obras usadas para sonorização ambiental, em programas de TV ou tocando na programação das estações de rádio. 

Essa maior profissionalização se reflete no crescimento do número de cadastros de obras e fonogramas que têm mulheres como autoras e versionistas (+13% em um ano), intérpretes (+10%), músicas executantes (+9%) e produtoras fonográficas (+22%). Clique aqui para conferir o relatório na íntegra.

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