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Vendas de CDs e DVDs caem 43,2% em um ano, e música digital já representa metade do mercado brasileiro
Publicado em 31/05/2017

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Após quase três anos de crescimento contínuo no Brasil, receita da indústria musical sofreu uma pequena redução de 2,8%, mostra relatório da Pró-Música

Do Rio

A Pró-Música Brasil Produtores Fonográficos Associados divulgou na semana passada um relatório que reitera uma tendência já conhecida: o streaming passou a ser o principal motor do crescimento do mercado musical global e nacional. Com crescimento de 60,4% em 2016 nos principais mercados (dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica - IFPI) – e de 52,4% aqui –, essa modalidade de consumo musical ganha força notável. Se somados os downloads, os meios digitais representaram 48,6% do faturamento da indústria no nosso país ano passado. Em segundo lugar, veio a execução pública (através do Ecad), que responde por 36,6% do mercado nacional e distribui centenas de milhões aos autores anualmente, colocando o Brasil em sexto lugar no ranking mundial da arrecadação com performances em shows, TV, rádios e outros meios.

Já o mercado de CDs e DVDs não para de encolher. Ano passado, com queda de 43,2% em relação a 2015, ocupou a fatia de 14,4% do total nacional. Sem contar a execução pública, há apenas seis anos, CDs e DVDs representavam, juntos, 84% do faturamento da indústria, segundo dados da Pró-Música. Agora, a lógica quase se inverteu. Se contados apenas os números de unidades físicas e arquivos digitais vendidos no Brasil, estes últimos respondem por 77,2% do faturamento, contra 22,8% dos CDs e DVDs.

A grande queda nas vendas físicas foi a responsável por um novo encolhimento da indústria nacional, que fechou 2016 com faturamento total de US$ 230 bilhões, ou 2,8% menos que em 2015, ano em que, apesar da crise econômica, houve alta de mais de 10% em relação a 2014. A série histórica, aliás, mostra oscilações que não necessariamente acompanham os números do PIB. Se, em 2010, a economia brasileira teve um salto de nada menos que 7,5%, o mercado musical encolheu 3,7%, mostra a Pró-Música. A explicação, segundo analistas da indústria musical, tem mais a ver com uma dinâmica própria desse universo (mais ou menos compra de música em suportes físicos, mais ou menos lançamentos de megahits) do que com as flutuações do poder aquisitivo médio do consumidor.

Dentro do segmento digital, o streaming já lidera com folga no Brasil, o que, nos próximos anos, deve colocá-lo no topo isolado do ranking das maiores arrecadações. 60,4% das receitas com música digital no mercado nacional vêm dos streamings pagos (em pacotes premium de plataformas como Spotify, Deezer ou Apple Music), segundo a Pró-Música; 15,7% vêm dos streamings de vídeos musicais (no YouTube, sobretudo); 14,5% vêm de streamings gratuitos (por meio de acordos das plataformas com gravadoras, por exemplo), e apenas 9,3% vêm de downloads de álbuns inteiros ou faixas avulsas.

No último dia 2, uma reportagem do site da UBC já havia mostrado que, de acordo com dados da IFPI, o Brasil é um dos líderes mundiais de streamings pagos, ocupando a quarta posição entre os 13 maiores mercados. Se mantida a tendência, o streaming deve continuar a  representar a tábua de salvação de uma indústria golpeada por longos anos de pirataria.

Acesse o relatório Mercado Fonográfico Mundial e Brasileiro em 2016.


 

 



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