O músico britânico Adam Bainbridge apresenta maneiras de capacitar artistas independentes e iniciantes
Do Rio
Já faz tempo que o mundo da música deixou de ser um negócio que envolve somente artistas. O setor abrange gravadoras, distribuidoras, empresários, associações e muitos outros. Além disso, possui diversos processos que vão desde a gestão de direitos autorais até estratégias de marketing digital. Na tentativa de tornar a categoria mais inclusiva, o produtor e artista britânico Adam Baindridge, mais conhecido como Kindness, criou, no ano passado, um glossário online e acessível com mais de 80 termos do setor.
Mas Adam não parou por aí, o britânico segue produzindo conteúdos para artistas iniciantes como, por exemplo, a criação de threads no Twitter sobre impostos. Além disso, o artista oferece conversas diretas e gratuitas para auxiliar profissionais com análises de contratos e outros documentos. Todas as ações do produtor são esforços para nivelar o conhecimento para artistas. Baindridge também faz parte do Sindicato de Músicos e Trabalhadores Aliados (UMAW), instituição inglesa, onde conseguiu inserir o projeto do glossário.
Foto: Sam Wilson/Divulgação
Em entrevista à Billboard, Adam conta um pouco mais sobre como percebeu essa necessidade e como surgiu o projeto do glossário.
“Na minha graduação, na Goldsmiths University of London, eu queria fazer um seminário completamente transparente com alunos do terceiro ano que estavam prestes a entrar na indústria da música e falar sobre todas as coisas que eu não sabia no início da minha carreira. Eu mostrava desde contratos que assinei, administração de cachês de turnês, como funciona ser um produtor, como funcionam as divisões de composição...
Eu realmente queria esclarecer tudo: “É exatamente assim que minha carreira tem sido nos últimos 15 anos”. E percebi que não fazia sentido porque havia muitos termos muito específicos. Quando tentei apresentá-lo a um de meus colegas, percebemos que não estava compreensível, porque é uma avalanche de informações cheia de jargões. Então eu pensei em tentar definir uma forma que fosse direta o suficiente para um músico novo e emergente entender.
Ao fazer isso, pensei: “Bem, talvez isso tenha se tornado mais universal e mais acessível do que o próprio seminário”. Normalmente, os procedimentos da indústria da música são escritos por pessoas que trabalharam em gestão ou em gravadoras. Achei que um artista falando sobre processos artísticos pudesse ser útil”, conta o artista.
A ideia de garantir o empoderamento para artistas não significa sobrecarregá-los com mais trabalhos e funções, mas trazer o mínimo de conhecimento sobre todo o processo. A iniciativa evita golpes, injustiças e falhas de entendimento.
Adam também conta que os sindicatos e coletivos também possuem parcelas de responsabilidade. “Os sindicatos e os coletivos organizadores, em seu âmago, também precisam ser lugares de descanso, alegria e encorajamento. Eu vejo tantos artistas independentes chegando perto do esgotamento”, desabafa.
Na UBC, o Conexões UBC é um canal de aproximação e inclusão entre profissionais da música para discutir assuntos relevantes para o mercado musical. O próximo encontro acontece na próxima terça-feira e traz para debate o tema “ISRC: da geração à remuneração”. Para garantir seu ingresso gratuito, basta clicar aqui.
LEIA MAIS: ECAD pede contribuição de agregadoras e distribuidoras digitais para emissão correta de ISRCS
LEIA MAIS: Conexões UBC debate o tema ‘ISRC: da geração à remuneração’