Relatório Por Elas Que Fazem a Música, sobre a participação feminina no quadro de filiados à UBC, mostra que elas se mantiveram em 15% do total em plena pandemia
Do Rio
Neste Dia Internacional da Mulher, a UBC lança a quarta edição do seu relatório anual sobre a participação feminina no quadro de associados, um dado que, pela relevância da associação, ajuda a refletir o mercado musical como um todo. Desde 2018, quando publicamos o Por Elas Que Fazem a Música pela primeira vez, a alta acumulada no número de novas associadas foi de 68%. E, em plena pandemia, com a paralisação da atividade musical em diversos setores, elas conseguiram se manter em 15% do total. Um percentual, porém, ainda muito distante dos necessários 50%.
O objetivo de total igualdade de gênero perseguido pela UBC será discutido esta semana, numa série de bate-papos com grandes nomes do mercado: Marina Lima, Julia Maestre e Juliana Linhares, Kell Smith e Paula Lima. A partir de hoje, sempre às 16h, no Instagram da UBC, elas falarão ao vivo com a jornalista Fabiane Pereira.
“Quanto mais informação elas tiverem, maior a chance de fazer diferente e mudar esse quadro”, diz Vanessa Schütt, responsável pela Comunicação da UBC e coordenadora do relatório este ano. “Na primeira edição do Por Elas, em 2018, com dados de 2017, tínhamos 14% de mulheres entre os associados. Desde o ano passado, são 15%. Há uma pequena melhora ano a ano. Entre os novos associados, os de 2020, 17% eram mulheres. Acredito que os números são um reflexo da nossa sociedade, onde as mulheres vêm conquistando espaço pouco a pouco.”
Confira alguns dados do relatório:
Na distribuição por gênero, a categoria que mais se aproxima de uma (ainda longíngua) igualdade entre homens é mulheres é a de versionista, onde elas são 29% do total. Em segundo lugar vêm os intérpretes, entre os quais as mulheres são 15%. Em outras categorias, como autores (8%), músico executante (6%) e produtor fonográfico (7%), a participação feminina ainda está extremamente abaixo da masculina.
Elas continuam a receber 9% do total distribuído aos titulares, mesmo percentual de 2020. No segmento digital, a participação delas sobe um pouquinho, para 10%. Em rádio, são 14%. Mas, em TV aberta, a participação feminina cai para 6%, por exemplo.
Entre os 100 titulares com maior rendimento vindo do exterior, 12 são mulheres.
Entre tudo o que as associadas da UBC receberam em 2020 em execução pública, 20% vieram de rádio; 15%, de TV aberta; 14%, de shows; 12%, de TV fechada; 7%, de digital; e 32%, de outros segmentos.
LEIA MAIS: O relatório na íntegra
CONFIRA: Uma pesquisa para mulheres compositoras, intérpretes, músicas executantes e produtoras fonográficas
Para Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC, a elaboração do relatório é um momento chave na atividade anual da associação. “É um mantra por uma UBC mais inclusiva, participativa e agente de mudanças no nosso meio e na sociedade. Tudo isso resulta em um mercado mais justo e equilibrado, onde a força criativa feminina é vital e definidora de uma nova e necessária realidade.”
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